21 de março de 2009

Arquivo Universal - O documento e a utopia fotográfica

No Museu Berardo até 3 de Maio

"Exposição que explora a missão e a história da fotografia, a sua ligação à noção de documento, testemunho e representação histórica, através de 1000 fotografias vintage, centenas de publicações, filmes e documentos datados entre 1851 e 2008, e criados por mais de 250 autores diferentes — desde Lewis Hine a Martha Rosler."

Esta exposição é uma autêntica história da fotografia documental (talvez seja esta a razão pela qual não existe um catálogo, seria demasiado grande e caro (?). Estão apenas disponíveis um guia ou pseudo-guia da exposição e um livro (versão em castelhano) de parte do conteúdo da exposição que foi apresentada no MACBA: "Public Photographic Spaces - Exhibitions of Propaganda, from Prensa to the Family of Man", 1928-55" ed. MACBA. Uma publicação como um jornal, um roteiro ou qualquer outro «documento» que facilitasse identificar o percurso da exposição (já que a orientação dentro da exposição fica um pouco à mercê do bom senso e conhecimentos de cada um) e permitisse ao visitante levar um pouco do que viu consigo (algo mais que a meia de dúzia de fotos e sinopse que contem o guia).
Mas por outro lado, como a entrada é gratuíta podemos ir lá todos os dias se quisermos, para ver um núcleo de cada vez. Uma exposição a não perder.


André Malraux selecting photographs for Le Musée imaginaire ca. 1947

15 de março de 2009

Alguns aspectos sobre a exposição «A Evolução de Darwin» na Gulbenkian

Este ano comemoram-se os 200 anos do nascimento de Charles Darwin bem como os 150 anos do lançamento do livro «A origem das espécies». É a melhor oportunidade para celebrar a evolução do conhecimento científico. É precisamente num sentido festivo de celebração que a Gulbenkian apresenta a exposição«A evolução de Darwin». De conteúdo altamente didáctico a exposição confronta-nos com o nosso ser natural de pertença existencial ao planeta. Lembra-nos da nossa insignificância ao mesmo tempo que exalta o nosso movimento evolutivo. Uma boa oportunidade que as escolas têm este ano, para complementar o material de apoio aos seus alunos, sobre um tema tão natural mas que infelizmente ainda causa controvérsia (como no recente caso de censura na Turquia de um artigo de 15 páginas sobre Darwin).
Porém existem alguns aspectos desta exposição que se prendem sobretudo com a forma do «objecto exposição» que gostaria de comentar. Considero que a inclusão de animais vivos nesta exposição, nada acrescenta à intenção de colocar um período e acontecimento históricos dentro de um discurso exposto numa galeria de exposições. Esta opção apenas aproxima a exposição temporária de um tipo de espectáculo que consiste na mostra do exótico através da exploração de animais como nos circos e nos jardins zoológicos. A justificação desta inclusão seria a de incluir animais de espécies que Darwin observou na grande viagem que realizou à volta do mundo entre 1831 e 1836. Porém, alguns dos «animais expostos» –como as suricatas cujo habitat natural se encontra nos desertos africanos – não foram observados, nem de longe, por Darwin na sua viagem. Então porque é que estão lá? A subverção de uma espécie (animais expostos) por outra (humanos) pode ter um significado subliminar, porém julgo que a intenção foi apenas a de atrair mais visitantes (seria necessário?).
Este e outros aspectos do modo como a exposição é apresentada ou «enformada» aproximam-na dos gabinetes de curiosidades do séc. XIX, dos quais a exposição apresenta uma encenação. É curioso observar a encenação e gravuras desses gabinetes de curiosidades para de seguida recuar e observar como toda a exposição está montada numa lógica semelhante. Apesar da existência de um discurso bem estruturado (embora com algumas lacunas como a mencionada anteriormente) que liga os objectos que compõem o conteúdo da exposição, estes são semeados pelo espaço sem qualquer tentativa organizacional através da sua disposição. Não há comunicação na arquitectura, ou seja o desenho do espaço não acrescenta nada aos objectos isolados.
Outro aspecto que foi alvo do meu descontentamento está relacionado com o design gráfico. Parte da exposição foi comprada ao Museu de História Natural de Nova Iorque, concluo que seja esta a razão pela qual dois suportes gráficos distintos se acompanham pela exposição demonstrando claramente que não foram pensados e desenvolvidos pelas mesmas pessoas nem ao mesmo tempo, e que servem intenções formais diferentes. A juntar a tudo isto está o cartaz da colaboração do Jardim zoológico na exposição com design gráfico bastante «manhoso» (é mesmo este o termo) de diferente autoria. Será que estes textos de parede e cartazes são um trabalho tão interessante e espectacular que não poderiam ser redesenhados para que toda a imagem gráfica ganhasse coerência? Pelos vistos não.
Julgo também que a escada do ADN exposta/disponivel (?) no final da exposição é uma ideia interessante mas o tiro acertou ao lado do que se pretendia. Numa exposição de ciência com maquetas, animais vivos e suportes de comunicação interactivos é de esperar que haja algum barulho e movimentação frenética do público (que nos fins-de-semana mais parece que estão nos saldos do Corte Inglês). Porém crianças a correr, a gritar e a andar de escorrega incomoda um pouco quem ao lado tenta observar num microscópio diferenças genéticas numa espécie de insecto ou ler atentamente algumas curiosidades da vida pessoal de Darwin. As próprias crianças ou os seus pais não se sentem bem em utilizar tal objecto numa sala com vigilantes e objectos que se podem partir. Especialmente quando a menos de 10 metros de distância existe um jardim enorme onde poderiam colocar este e outros objectos para diversão infantil igualmente didácticos, aproximando assim o público (especialmente os mais novos) daquilo que realmente foi o objecto fulcral da curiosidade de Darwin – a Natureza. O comissário da exposição José Feijó disse ao jornal Público «Trouxemos a natureza para a Gulbenkian. Acho que era isto que Darwin queria que fizéssemos». Sem fazer a mínima ideia do que quereria Darwin agora em 2009, eu acho que tinha sido mais interessante levar a Gulbenkian para a Natureza.

12 de março de 2009

SPY

Spy é um artista madrileno. As suas primeiras intervenções aparecem em meados dos anos 80 através do graffiti. A partir dos anos 90 começa a explorar outras formas de intervenção urbana, utilizando posters, billboards, etc.

O seu trabalho consiste na apropriação de elementos urbanos que transforma e posteriormente coloca na rua. Estas intervenções surpreendem quem por ali passa pelo seu sentido de humor e ironia.



















7 de março de 2009

Clous - assento urbano

Estes «pilaretes» (adoro este nome) de ferro fundido, são da autoria do designer francês François Bauchet. Podem ser utilizados como barreira para automóveis ou apenas como assento urbano. Os primeiros modelos foram colocados junto à estação ferroviária de Saint-Etienne.




A série Clous figura no catálogo da GHM, uma marca especializada em mobiliário urbano.

Ai queres ir ao parque? Então vamos.


Mais publicidade 2




































Mais publicidade